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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sindicalistas deflagram nesta 3ª ‘batalha do mínimo’

Texto enviado por Bruno Rogens

PMDB repisa pedido de reunião com o ministro da Fazenda 
Stock Images

As centrais sindicais decidiram converter o palavrório em favor da elevação do salário mínimo em mobilização.

O tamanho do barulho e o formato da infantaria serão decididos na manhã desta terça (11), numa reunião em São Paulo.
Em nota levada à web, a Força Sindical informa que a coisa acontecerá no quarto andar do edifício número  367, na Rua Formosa.

Pretende-se organizar um movimento que inclui de “marcha” à Esplanada à “ocupação” do Congresso.
Antes mesmo do anúncio da reunião sindical, Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB, previu: a votação do salário mínimo “vai ser uma guerra no plenário”.

Em conversa com o repórter, o deputado disse que insistirá numa tese que começou a esgrimir na semana passada.
Ele deseja que o ministro Guido Mantega (Fazenda) marque uma audiência com o PMDB e demais partidos do consórcio governista.

O projeto do mínimo vai a voto em meados de fevereiro, quando se instalada a nova legislatura.
“Estou pedindo, com um mês e meio de antecedência, uma reunião com o ministro da Fazenda do meu governo”, disse Henrique.

“Afirmaram que é chantagem. Bobagem. Se fico quieto, chega na hora da discussão, as centrais sindicias entram nas galerias, entopem o salão verde da Câmara...”

“...Invadem os gabinetes dos deputados e a discussão ganha contornos emocionais, sujeitando um assunto dessa importância à demagogia”.
Sob atmosfera “emocionalizada”, afirma Henrique, “o governo acaba perdendo a votação. É isso que nós queremos evitar”.

Contra os R$ 540 propostos por Lula e absorvidos por Dilma Rousseff, as centrais sindicais pedem de R$ 560 (Força Sindical) e R$ 580 (CUT).
Nesta segunda (10), a CUT pendurou em seu portal um texto apinhado de declarações de seu secretário-geral, Quintino Severo.

“O aumento real do salário mínimo é prerrogativa, condição e princípio para o combate à miséria, elencado como prioridade pelo novo governo”, diz ele.
Quintino anuncia que a mobilização não se restringirá ao sindicalismo: “Estamos ampliando as conversas, além das centrais, para os movimentos sociais, pois há muito em jogo nesta batalha”.

A certa altura, o mandachuva da CUT soa como se tramasse levar ao Congresso um prato feito.
Quintino parece já ter obtido algo que o líder do PMDB ainda não logrou conseguir. Agendou conversas na Esplanada. Assim mesmo, no plural.

As primeiras conversas com os ministros acontecerão já nesta semana, informa a CUT.
O desejo da central, braço sindical do PT, é o de excluir os congressistas da negociação. Quintino abre o jogo:

“Não queremos que um assunto desta importância fique à mercê da chantagem de setores do Congresso...”

“...O acertado na mesa de negociação, com o governo federal, deve ser respeitado e aprovado pelo Congresso”.
Beleza. Em resposta à chiadeira do PMDB, Mantega cobrou lealdade dos “aliados”. Disse: qualquer cifra acima dos R$ 540 será vetada por Dilma.

Simultaneamente, Mantega esquiva-se de uma reunião com a tropa congressual e as portas dos gabinetes se abrem para a cavalaria sindical.
Foi assim, negociando diretamente com os sindicatos e ignorando o Congresso, que Lula implantou, em 2006, a sua política de valorização do salário mínimo.

Prevê a reposição da inflação, acrescida da variação do PIB dos dois anos anteriores. Espremido pela crise financeira global, o PIB de 2009 foi negativo.
Daí a proposta mixuruca do governo, que eleva o mínimo de R$ 510 para R$ 540. Abaixo da inflação, sem aumento real.

Ouça-se um pouco mais de Henrique Alves: “Quero que o ministro nos explique o porquê dos R$ 540, para podermos nos mobilizar para a guerra...”
“...Quem sabe podemos chegar a um meio-termo. A decisão foi do governo Lula. Agora, o ministro da Fazenda é o mesmo, mas a presidente é outra...

“...O que não adianta é chegar na hora da votação e dizer pra minha bancada: é isso porque o governo quer que seja. Ninguém vota desse jeito. Precisa convencer”.

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