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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SOBRE MONTEIRO


É fato que o nosso Partido está sofrendo recorrentes abalos com a divulgação de fortes indícios de ilegalidades praticadas por membros de sua direção.

É fato que guardamos profundas divergências sobre os caminhos táticos e estratégicos trilhados por petistas que hoje estão no governo Roseana.

Mas é fato também que pertencemos a uma organização política que tem nosso suor e nosso sangue e os melhores anos de nossa juventude. Uma organização que com erros e acertos, deu ao país, no começo do século XXI, um novo rumo, que podemos resumir em duas grandes direções: a inclusão social a nível interno e a independência ante as tradicionais potências estrangeiras.

Digo isso pra reforçar que os naturais e corretos pedidos de apuração não se confundam com uma luta insana de destruição mútua, pois isso fará ruir por completo o pouco que resta de nossa estrutura enquanto organização política de massas. Apesar de todas as decepções; de todas as injustiças e de tantas traições, ainda não perdi a esperança no PT!
Com relação à operação Donatários, sem entrar no mérito de uma investigação que não conheço, mas também sem desconhecer a gravidade das denúncias que levaram nosso Governo Federal a exonerar toda a atual direção do INCRA, sei que Monteiro é um homem simples e honrado e que não enriqueceu com dinheiro público e nem com dinheiro algum. Como gestor que foi, vai ter que responder por seus atos administrativos, como cabe a qualquer pessoa pública nos limites do que estabelece a lei, mas de nossa parte não temos sequer suspeição sobre a conduta pessoal de Monteiro. Deixamos claro, entretanto, que não podemos estender tal nível de confiança às operações ocorridas no órgão sobre as quais as investigações competentes vão fazer a devida apuração.

Confesso que fiquei particularmente triste quando o Monteiro não rompeu com seu grupo e foi apoiar a eleição da oligarquia, mas essa profunda divergência política não me faz esquecer a figura humana que é o Monteiro. Lembro-me de sua luta no Sindicato dos Motoristas e depois no sindicato dos Servidores Estaduais, mas lembro-me muito mais da sua humildade. Aproveito esta oportunidade para, neste momento difícil, manifestar minha solidariedade à família do Monteiro.

Quanto aos pedidos de afastamento de Monteiro da presidência, eles são naturais num momento de crise com este. Se o presidente fosse o Dutra ou eu ou qualquer outro, haveria dezenas de companheiros pedindo nosso afastamento. Minha opinião é que devemos recorrer à instância nacional. Neste momento, o Diretório Nacional deve estudar uma ação emergencial, que será uma ação de instância e não de grupos internos. Não acredito que quem propôs afastamento enquanto durarem as investigações, esteja querendo “golpe”. A situação é grave e os nomes do partido e do companheiro estão na berlinda, por isso advogo uma saída discutida e mediada pela Direção Nacional, imediatamente.

Declaro, por fim, que não estou assinando Manifesto pró-Monteiro que corre nesta lista, por ser ele impregnado pelos ditames da luta interna. Minha manifestação é estritamento pessoal e direcionada ao próprio Monteiro, companheiro cuja única decepção que me causou foi seuu apoio ao triste episódio da aliança local com nossos adversários históricos, que agora estão mostrando (aos que se "iludiram" coim eles) do que são capazes. Quem tiver ouvidos, ouça.


Jomar Fernandes
Por um Maranhão Livre e Justo!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desfiliação de Franklin Douglas

Meus queridos, minhas queridas companheiros do PT,
 
 
Acabo de comunicar ao secretário-geral do PT do DM de São Luís, Paulinho, o meu ato de desfiliação do Partido dos Trabalhadores.
 
Oriento-me pelo que já tinha analisado na plenária do campo antissarney, em 05.02.2011: só nos resta três caminhos no PT - (1) sair, (2) construir a saíde ou (3) ser indiretamente expulso pela entrada dos sarneyzistas no partido.
 
Após nossa histórica vitória pró-Flavio Dino no Encontro Estadual de junho-2010, a intervenção da maioria do Diretório Nacional do PT-MA nos colocou diante de um único cenário: ou ganhávamos a eleição com Flávio e retomávamos o PT ou, derrotados eleitoralmente, os sarnopetistas nos tomariam o partido no qual somos maioria na base de filiados, em número de diretórios, na militância social, nas urnas, quando elegemos Dutra e Bira - e eles, ao coligar com o PMDB, acabaram por prejudizar o próprio Monteiro, que teria sido o segundo federal eleito se o PT tivesse saído sozinho.
 
As reuniões da Executiva a toque de caixa, o atropelo na instância, a mordaça na bancada estadual, a convocação de encontros regionais sem comunicação às demais forças, as filiações em massa a partir de agora para ganhar as prévias para 2012, a vinda de Tadeu´s e Luis Fernando´s da vida ao partido, a degradação nos escândalos de desvios de dinheiro público envolvendo os sarnopetistas, o veto à participação deste campo no governo federal (vetaram o candidato a governador que dividiu o Maranhão ao meio!), o omissão do debate sobre o enfrentamento da questão das oligarquais nos documentos das próprias tendências de esquerda do PT, antes podíamos dizer que era o Lula, agora não mais (é o PT que banca o Sarney!), apenas antevêm a dura realidade: o PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney. A isso, soma-se a difícil ação unitária e articulada do campo de forças petistas antissarney.
 
Como cantou a Legião Urbana, "quando a esperança está dispersa, só a verdade é que liberta!". E a dura verdade é essa:  o PT, jaz! Não virá por ele o projeto popular de transformação do Maranhão.
 
Não cuspirei no prato que comi. Há 20 anos dedico-me ao PT: do grêmio do Marista, quando entrei na juventude petista pelas mãos de Nilce, na coordenação do DCE/UFMA quando militei na articulação estudantil, na assessoria aos sindicatos e movimentos, na direção partidária em São Luís onde fui secretário de formação e na Executiva Estadual onde cheguei a Secretário-Geral, depois de ter sido secretário de organização, comunicação e agrário; estive em todos os Encontros Nacionais de Guarapari (ES)-1997 até hoje; no rompimento com a Articulação no episódio do Mensalão e na ida à Democracia Socialista/Mensagem ao Partido, na participação ativa que nos conduziu ao governo Jackson Lago, no histórico encontro em que derrotamos todos os tipos de abuso da oligarquia e vencemos com Flávio Dino. Não me arrependo de nada do que fiz no PT, ao contrário, orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária. Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permeçerei do lado esquerda da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa.
 
Aos que ficam e resistem, minha solidariedade. Com vocês, com certeza, nos encontraremos nas lutas e nas ruas!!
 
Abraços afetuosos.
 
Franklin Douglas

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Nota da CNBB contra os Usurpadores do Povo



Caríssimos leitores, trazemos a público nota da Conferência Nacional dos Bispos do brasil, Regional Nordeste 5, sobre a necessidade de um Estado que cumpra seu dever para com a população, gerindo, promovendo e assegurando os direitos e deveres coletivos da sociedade e não os interesses egoístas das elites políticas e econômicas que ditam as regras no Maranhão. Boa leitura a todos.


BISPOS CONTRA OS USURPADORES DO POVO

Com os Bispos do Regional Nordeste 5

Nos dias 12, 13 e 14 de janeiro próximo passado, realizamos nossa reunião anual, desta vez em Carolina, no sul do Maranhão. A partir de relatórios, apresentados por diversos setores da Igreja, e de nossa própria vivência pastoral, pudemos mais uma fez refletir sobre a realidade maranhense. Ao contemplarmos a situação de nosso povo, lembramo-nos de Jesus de Nazaré e fomos tocados por sentimentos de compaixão, pois a dura verdade é que grande parte desse povo continua vivendo em situação de sofrimento e de abandono.

Um momento de otimismo

À primeira vista, parece predominar no meio do povo um sentimento de otimismo e de euforia. Verificam-se intensas expectativas para com o futuro imediato. Há no ar um sentimento difuso de otimismo. De onde provém esse sentimento?

De um lado, este sentimento parece advir das numerosas promessas oficiais de empregos, de investimentos de toda ordem e de crescimento econômico generalizado. De fato, não podemos negar que mais pessoas têm subido à classe média, com maior acesso a bens de consumo. 

Também no campo e nas periferias das cidades, tem havido algumas melhorias através de políticas compensatórias como o Bolsa-família, energia rural e aposentadorias, fato que tem mitigado a extrema pobreza e freado, em parte, o êxodo rural. 

Num primeiro momento, o acesso ao mundo do consumo funciona como um estimulante. O esbanjamento de dinheiro – pessoal e público –, o consumo de bens, nem sempre de primeira necessidade, como por exemplo, celulares, aparelhos sofisticados de informática e de carros de luxo, parece exercer nas pessoas um fascínio irresistível.

De outro lado, essas expectativas – embora genéricas – parecem revelar um desejo humano profundo, legítimo, de caráter pessoal e coletivo, de sair definitivamente de uma situação de dependência, de insegurança e de abandono institucional ao qual foi relegado até hoje o povo maranhense. Parece ser a tentativa de se sentir reconhecido como cidadão emancipado, mesmo que inserido num sistema que o obriga a consumir e a gastar compulsivamente, a se endividar e a parecer aquilo que não é na realidade.

Na vida intra-eclesial, apesar de nossas fraquezas, limitações e pecados, podemos chamar a atenção para dois dados positivos.

Em 2010, com a nomeação de cinco novos bispos para o Maranhão – bispos diocesanos para Coroatá, para Caxias, para Brejo e para Viana e bispo auxiliar para São Luís –, uma terça parte do episcopado maranhense foi renovado, observando-se que, com exceção do último, todos os outros provêm de nossas comunidades locais.

O outro dado positivo em nossa vida eclesial é a constatação que, nas três últimas décadas, como fruto de um trabalho contínuo e perseverante, verifica-se um aumento significativo do clero local, formado aqui mesmo no Maranhão. Embora ainda em número insuficiente, esses presbíteros, jovens em sua maioria, sinalizam para uma Igreja cada vez mais enraizada e presente na vida do povo.

Olhar para o futuro com otimismo e esperança é condição primeira e indispensável para qualquer mudança da realidade presente. Tal atitude, porém, pode ocultar uma tendência quase inconsciente em remover sentimentos de impotência perante a realidade atual. 

De fato, não podemos negar que a realidade social e econômica do Maranhão é particularmente dura e iníqua. Como bispos, queremos nos associar àquelas ovelhas que, mesmo “no vale das sombras não temem mal algum”, pois, afinal, o Senhor é o único pastor e guarda do rebanho que nos conduz “por caminhos bem traçados e nos faz descansar junto às fontes de águas puras” (cfr. Salmo 23).

Está na hora de se fazer uma inversão de prioridades e valores

Sentimos que chegou a hora de não mais aceitar que se jogue com os sentimentos e as expectativas de nosso povo, vendendo-lhes promessas mirabolantes de que tudo, a partir de agora, vai melhorar. Estamos às vésperas da comemoração dos quatrocentos anos da chegada dos europeus a essas terras. É um momento oportuno de se fazer um resgate histórico das formas de luta por liberdade, de resistência à escravidão, de testemunho de coerência de grupos sociais e de evangelizadores que têm marcado positivamente a história de nosso Estado. Esse resgate nos ajudará a fortalecer um projeto popular independente e soberano.

A história do Maranhão, e, por conseguinte, a do Brasil, tem sido marcada pela apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal. Talvez por esse motivo, a maioria da população cuide tão mal de nossas praças e ruas, de nossas escolas e hospitais, de tudo aquilo que deveria estar a serviço de todos. Seria talvez uma maneira de reagir – certamente equivocada! – a esse tipo de apropriação indébita.

Para inaugurar um novo momento histórico, precisamos nos educar para um trato totalmente novo, mais ético, com o bem comum. Sentimos que chegou a hora de se fazer uma radical inversão de prioridades e valores. Não podemos deixar que o Estado continue colocando sua estrutura a serviço quase exclusivo dos grandes exportadores de minério, de soja, de sucos e carnes, construindo-lhes as infra-estruturas necessárias para obter sempre maiores dividendos. Ao contrário, ou paralelamente a isto, os aparatos do Estado devem estar a serviço da integridade humana de todos os seus cidadãos e cidadãs.

Preocupa-nos sobremaneira que, em nome de um ilusório e equivocado desenvolvimento, entendido de forma redutiva como desenvolvimento exclusivamente econômico – e não na sua acepção integral –, empresários, quadrilhas de colarinho branco, setores do Estado e do Judiciário pisoteiem direitos básicos, transgridam impunemente normas ambientais, desconsiderem medidas básicas de prevenção de saúde pública, agridam povos e territórios tradicionais, rios, matas e seres vivos em geral.

É urgente que produzamos sinais de uma nova sociedade na qual se proceda efetivamente a uma “inversão de prioridades”, investindo-se maciçamente em saneamento básico universal, em água potável, na distribuição equânime de terras férteis para quem trabalha nela, em unidades hospitalares para todos, em educação formal de qualidade. Está na hora de se fazer uma inversão de prioridades e valores também em relação ao papel do Estado e de seus representantes. Estes estejam em permanente escuta da sociedade civil, dos movimentos sociais, do povo e das suas legítimas aspirações e propostas para um verdadeiro bem comum.

Juntos a favor de "um novo céu e uma terra" (Cfr. Ap 21, 1) 

Não podemos sonhar com uma nova sociedade se nos deixarmos arrastar por sentimentos de indiferença e de derrota. É preciso, ao contrário, mobilizarmos corações e instituições que ainda possuem sentimentos de compaixão e de justiça. É tempo de missão e de conversão pastoral.

Como pastores - juntamente com as nossas comunidades, pastorais e movimentos –, queremos apostar no surgimento de uma nova consciência para que o direito e a justiça se unam definitivamente; para que aquelas instituições públicas que são chamadas a defender os direitos coletivos de nosso povo – Ministério Público, Defensoria Pública, Conselhos e outros – não se omitam. E que, assim, como fruto deste esforço e compromisso coletivo, ninguém tenha poder de matar os sonhos e os desejos de felicidade de cada criança, de cada mãe e pai, de cada jovem do nosso Estado.

Saudamos a todos em Cristo Jesus. Para a nossa Igreja pedimos a graça da coerência e da coragem para que ela possa continuar a missão de Jesus de Nazaré, levando luz aos cegos, liberdade aos cativos, esperança e dignidade aos pobres de nossa terra (Cfr. Lc 4, 14ss).

São Luís do Maranhão, 14 de fevereiro de 2011.

Armando Martín Gutierrez – bispo de Bacabal
Carlo Ellena – bispo de Zé Doca
Enemésio Ângelo Lazzaris – bispo de Balsas
Franco Cuter – bispo de Grajaú
Gilberto Pastana de Oliveira – bispo de Imperatriz e presidente do Regional NE-5
Henrique Johannpoetter – bispo emérito de Bacabal
José Belisário da Silva – arcebispo de São Luís do Maranhão
José Soares Filho – bispo de Carolina
José Valdeci Santos Mendes – bispo de Brejo
Ricardo Pedro Paglia – bispo de Pinheiro
Sebastião Bandeira Coêlho – bispo de Coroatá
Sebastião Lima Duarte – bispo de Viana
Vilsom Basso – bispo de Caxias
Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges – bispo emérito de Viana

Judiciário “diligente”

As organizações que integram o Tribunal Popular do Judiciário e o Observatório da Justiça e Cidadania do Maranhão repudiam veementemente a concessão de liminar de soltura a Manoel de Jesus Martins Gomes, vulgo “Manoel de Gentil”. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do líder quilombola Flaviano Pinto Neto, da comunidade Charco, em São Vicente Férrer/MA.
O grileiro não chegou a passar 24 horas preso, tendo seu advogado impetrado um habeas corpus, deferido ainda ontem pelo desembargador Antonio Fernando Bayma Araujo.
A prisão de Manoel de Gentil foi coberta por um circo midiático após o silêncio quase absoluto dos meios de comunicação ligados à oligarquia – Flaviano Pinto Neto foi assassinato em 30 de outubro passado.
A liberdade de Manoel de Gentil soma-se ao rol de denúncias que vêm sendo sistematicamente apresentadas pelo Tribunal Popular do Judiciário desde sua instalação, mostrando que em vez de garantir direitos, o terceiro poder, no Maranhão, os viola. O judiciário maranhense, aliás, é sempre diligente para favorecer poderosos.
Em Charco, outras lideranças estão ameaçadas de morte e o conflito agrário instalado segue seu curso. Que outras tragédias virão?
Leia a matéria no blogue do Tribunal Popular do Judiciário: http://tribunalpopulardojudiciario.wordpress.com/2011/02/23/judiciario-diligente
Leia a matéria no site Sétimo Mandamento: http://setimomandamento.org/?p=179

sugiro a leitura do texto da gaúcha, residente em brasília, feminista, petista e visitante da cidade de São Luís, Alessandra Terribili.‏

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

São Luís e o que a gente devia saber e não sabe


São Luís é o que de mais espetacular você pode ver. Eu não tenho dúvida.

Visitei São Luís, tão despretensiosa quanto a cidade, em janeiro de 2011.

Adoro praia, mas não me sinto bem em cidades curvadas diante do turismo selvagem que assola a costa do Brasil. Não estou cá, eu, culpando as cidades. Mas a tal divisão social do trabalho tem efeitos perversos sob qualquer prisma que se queira olhar.

São Luís é uma parada pra quem quer conhecer os inacreditáveis Lençóis Maranhenses. Mas quem faz dela apenas isso perde muita coisa. Perde tudo.

Sem esoterismo, São Luís é uma cidade mágica. Ela suga você. O centro histórico dela é das coisas mais bonitas de que já tive notícia. Você é transportado no tempo. Parece que você vê a vida que houve, ao mesmo tempo que você vê a vida que há. Os mais ousados e ousadas podem ver o que haverá, perpassando aquelas ruas de paralelepípedos, aquelas ladeiras intermináveis, janelinhas e palácios coloniais.

Os casarões são bem mal-cuidados pelos governos. Senti que, quando vem a noite, aquele lugar dorme como se fosse qualquer esquina. Pecado mortal. São os mesmos governos que també tratam mal seu povo e suas riquezas naturais. Há décadas, inclusive.
São Luís parece que flertar com você toda hora. Não pede nada, porque sabe seu valor. Mas chama: aqui é Meio-Norte. E você não entende. Nem quando aquela chuva insistente cai, intermitente, arrogante. "Olhe pra cá", ela diz. E se você olhar, vê muita coisa.

De um povo simpático, orgulhoso e receoso com tua presença, ao mesmo tempo. O lugar de São Luís não é capa de revista de turismo não. O lugar de São Luís é junto daqueles que você não entende bem, mas porque o problema é seu, não do lugar. Não exibe praias exuberantes nem lugares como os que se vê na televisão, exclusivos para turista. A vocação dela é outra.

Eu vi a Casa de Cultura do Maranhão, e mulheres explicando, orgulhosas, uma parte de sua cultura. Eu vi um samba em homenagem a Noel, maravilhoso, mostrando que o Maranhão é Brasil, meio-norte coisa nenhuma. Eu vi reggaes, praias e sons que queriam sua identidade. Eu vi pessoas imponentes falando de sua idade, seu estado, com saudades do que nunca foi, mas sabendo que muito há o que fazer. Garçons, taxistas, recepcionistas, gente que trabalha e observa. O Maranhão não merece as famílias que o aprisionaram.


São Luís, tão modesta e tão despretensiosa, me fez olhar pro que eu precisava ver: o mundo é onde você está. Tive vontade de nuncaunca mais sair. De ficar e virar maranhense. Senti lá, contraditório com um estado que não tomou rédeas de sua história - por enquanto, e não por inoperância de seu povo guerreiro e alegre -, é que você sempre vai poder mudar seu caminho.

São Luís parece que aguarda, simpática e determinada, o momento da virada. Ela sabe bem quem é. Não seria benevolência do destino, nem coincidências históricas. Cada azulejo do "Renascer", cada conversa de taxista, cada reggae, samba, cada conversa de bar, cada carro que adentra as areias de Araçagi, cada artista que aquela terra produz vem dessa inspiração. Se ainda não aconteceu, é porque ali imperam grandes poderes que usam armas desleais. Mas calma. Ali não é deles. E não é seu também, não chegue achando que pode mais.

Não se apavorem se, dia ou outro, o Maranhão virar o centro do que sabemos. Ele cultiva isso há séculos. Nem todo dia se vê a história se cruzando com a esperança. Portanto, se for a São Luís, vá às praias sim, divirta-se com suas peculiaridades, conheça o lindo centro histórico, dance um reggae, veja a lagoa e conheça a gastronomia local. Mas não perca a oportunidade de olhar pra São Luís como uma cidade que te encanta por se saber. Ela se finge de modesta. Mas é só pra testar se você merece estar ali.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Começam assembléias para definir greve na rede estadual

Teve início, nesta quinta-feira, 17, em Pedreiras, a programação de assembléias regionais para discutir a situação de impasse entre o governo do Estado e os trabalhadores da educação, quanto à implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e o Estatuto do Educador. Até o dia 26 de fevereiro, serão realizadas 18 assembléias para que a categoria discuta amplamente os motivos que poderão levar os trabalhadores à greve.


A assembléia de Pedreiras foi realizada sob coordenação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica do Maranhão, Júlio Pinheiro, e do diretor do sindicato (Secretaria de Funcionários), Carlos Mafra.


Segundo o diretor de Comunicação do sindicato, Júlio Guterres, o sindicato não concorda com a última proposta apresentada pelo governo, na qual o PCCS só seria aprovado e implementado a partir de 2012 e com pagamento de reajuste salarial escalonado até 2015. “Avaliamos que, nesse sentido, a saída para o impasse é mobilizar a categoria para a greve, com indicativo para iniciar a partir de 1º de março”, frisou o diretor.


Assembléia em São Luís

Dentro da programação de mobilização da categoria, já está prevista a assembléia geral de São Luís. O Sindicato convoca todos os profissionais de educação – professores e funcionários – a participar da assembléia que será realizada, no dia 23 deste mês, quarta-feira, no auditório da Fatiema, às 9h, em frente à Praça da Bíblia, Centro de São Luís.
Júlio Guterres ressalta que é importante a participação de todos os trabalhadores nesta assembléia de São Luís e em todas as outras que devem acontecer no interior do Estado. O sindicato espera que a categoria apóie a decisão pela greve e se integre às atividades programadas pela entidade para fortalecer o movimento e, assim, obter êxito na campanha por melhorias para os trabalhadores.

Texto: Cláudia Leal-Ascom/Sinproesemma

PT no futuro com Tadeu Palácio e Luís Fernando…

Voltam a circular rumores nos bastidores políticos de que o PT pode filiar o ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio (PMDB), e o chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney (PMDB), Luís Fernando Silva (DEM).
Pela ótica dos dutropetistas, as filiações são aberrações que comprometem o partido. A visão dos petistas alinhados ao governo é de fortalecimento da legenda, sobretudo para as próximas eleições.
Tadéu Palácio é um dos nomes já postos para a sucessão de São Luís, em 2012; Luís Fernando, por sua vez, é o nome roseanista para 2014.

Luis Fernando é o nome para 2014
“Ingênuos”, os dutropetistas acham que podem influenciar a indicação de um nome da sua corrente para a prefeitura. Mas não têm trânsito no Governo Federal e nem na instância estadual do partido para garantir isso.
A divulgação das possíveis filiações – com teor crítico – é uma tentativa de queimá-las.
Única forma de barrar a ofensiva do grupo ligado ao vice-governador Washington Oliveira…

Eis ai o golpé fatal de Roseana. Com estas duas filiações ela toma de vez o PT/MA.

Estreia com exemplo de austeridade

Tamanho da Fonte      Redação Jornal da Comunidade
Reguffe protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da CâmaraFoto: Dinah FeitozaReguffe protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Câmara

O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais bem votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa.

Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600.


Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.


“A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores”, afirmou Reguffe em discurso no plenário.



sábado, 19 de fevereiro de 2011

A petista Severine Macedo é a nova secretária nacional de Juventude do governo federal









Mulheres no Governo da Presidenta Dilma
Curitiba, PR (15/02/2010) – A jovem petista Severine Macedo, agricultora familiar de Anita Garibaldi, SC, é a nova secretária nacional de Juventude do governo federal. A pasta que ela assume é vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, sob o comando do paranaense Gilberto Carvalho. A decisão foi confirmada hoje em Brasília.
A Secretaria de Juventude foi criada no governo federal em 2005, mas a novidade é que além dela recair, agora, nas mãos de uma mulher que vai coordenar as políticas públicas voltadas para esse segmento no governo de outra mulher, a Presidenta Dilma Rousseff (PT), a posse de Severine é vista como uma vitória dos movimentos sociais de jovens.


Tanto que a indicação de seu nome foi apoiada por mais de 30 entidades que trabalham especificamente com as demandas de Juventude. As políticas públicas da pasta perpassam por diversos ministérios da Administração Pública e o papel de Severine será coordená-las.
A nova secretária tem origens no movimento sindical da agricultura familiar, pois assumiu por diversas oportunidades a coordenação de jovens da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul/CUT), com sede em Chapecó, SC. Desde 2008, ela dirige a Secretaria Nacional de Juventude do PT e foi o braço direito de Dilma e do ministro Alexandre Padilha no tema das políticas de juventude durante a campanha eleitoral de 2010.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Babaçu: deputado Domingos Dutra propõe melhorias para as quebradeiras


O beneficiamento do babaçu foi um dos temas em evidencia abordado na reunião interdisciplinar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na cidade de Sete Lagoas (MG), nesta quinta-feira (17). O deputado Domingos Dutra (PT-MA) participou da reunião propondo sugestões para a melhoria no trabalho das quebradeiras com o intuito de garantir melhor rendimento dos produtos originados do babaçu.
Empresas apresentaram política de aproveitamento do babaçu para aumentar o nível de renda das quebradeiras. Uma exposição sobre a história do babaçu mostrou a face ecológica e econômica da amêndoa e as organizações das quebradeiras que tratam da produção e da industrialização do babaçu, tais como o artesanato, óleo, sabonete, shampoo dentre outros.
Domingos Dutra expos o Projeto de Lei Babaçu Livre e explicou os objetivos do PL: “garantir o livre acesso das quebradeiras de coco nas matas nativas; preservar as matas de babaçu da devastação por meio dos correntões, fogos, agrotóxicos e outras práticas nocivas ao meio ambiente; e estabelece obrigações sociais do poder publico, para o aproveitamento integral do babaçu e a melhoria da qualidade de vida das quebradeiras e suas famílias”, destacou o deputado.
Durante o evento o deputado defendeu a utilização integral de todos os produtos que o babaçu propicia e manter a identidade das quebradeiras de coco enquanto categoria econômica e profissional já que elas não querem se transformar apenas em catadoras e babaçu.

Salis Chagas – Assessor de Imprensa do deputado Domingos Dutra.

Furnas e Caixa estão na lista da fatura do PMDB após mínimo

Depois de votar em massa no salário de R$ 545, o PMDB quer indicar uma diretoria em Furnas e uma vice-presidência na Caixa
Adriano Ceolin, iG Brasília | 17/02/2011 02:11
Depois de votar de forma absoluta na proposta de aumento do salário mínimo de R$ 545, o PMDB começa hoje a cobrar a fatura do Palácio do Planalto. O partido do vice-presidente da República Michel Temer quer ocupar os cargos que restam no segundo escalão.
Ainda durante a votação realizada no fim da noite desta quarta-feira, o iG conversou com integrantes do PMDB sobre o assunto.
 
Ignorado na formação do primeiro escalão, o PMDB de Minas Gerais já anunciou que vai lutar para emplacar o ex-deputado Marcos Lima numa diretoria da empresa de energia elétrica Furnas. “Ele é o nosso indicado”, disse o deputado Newton Cardoso (PMDB -MG).
Também integrante da bancada mineira do PMDB, o deputado Leonardo Quintão confirmou o apoio a Marcos Lima para ocupar uma diretoria em Furnas. “O presidente Flavio Decat deverá indicá-lo para uma diretoria para acabar com as insatisfações”, disse.
Decat foi escolhido presidente de Furnas no lugar de Carlos Nadalutti, que havia sido indicado pela bancada do PMDB do Rio de Janeiro. O líder do PMDB na Câmara,  (RN), entrou em rota de colisão com o Palácio do Planalto ao tentar mantê-lo no posto.
Após a votação de ontem do salário em mínimo, Alves fez questão de ressaltar na tribuna que os 77 deputados presentes na sessão votaram de acordo com a orientação do governo. “Demos uma grande demonstração hoje”, disse. Mesmo sem anuência de Alves, peemedebistas que foram à Câmara ontem insistem em pedir cargos.
Apesar de ter trocado a Casa pelo Senado, o senador Wilson Santiago (PMDB-PB) acompanhou parte da votação do mínimo na Câmara e disse que batalhará pela nomeação do ex-governador da Paraíba José Maranhão (PMDB) para a vice-presidência de Loterias da Caixa Econômica Federal. “Estamos esperando a confirmação. Está quase tudo certo”, disse.
O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) negou que a definição do novo presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) esteve condicionada à votação do salário mínimo. Ele tenta definir um nome junto com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Não disse que uma coisa estava ligada à outra”, afirmou Forte. Segundo o deputado, deve haver uma reunião entre o líder do PMDB, Padilha e o ministro Palocci ainda nesta quinta-feira (17) para a escolha do novo presidente da Fundação. O mais cotado é Ruy Gomide.
O iG apurou, no entanto, que a presidência da Funasa também foi oferecida ao PT de Minas Gerais ligado aos ex-ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).

ACABOU a CPMI do MST‏

Foi formalmente encerrada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A instância criada pelos ruralistas para vasculhar as contas do movimento foi coberta com uma pá de cal no último dia 31 de janeiro, sem que o relatório final fosse submetido à votação dos membros da comissão.
Apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em 21 de outubro de 2009, o requerimento que criou a CPMI do MST assim definia seus objetivos: “apurar as causas, condições e responsabilidades relacionadas a desvios e irregularidades verificados em convênios e contratos firmados entre a União e organizações ou entidades de reforma e desenvolvimento agrários, investigar o financiamento clandestino, evasão de recursos para invasão de terras, analisar e diagnosticar a estrutura fundiária agrária brasileira e, em especial, a promoção e execução da reforma agrária”.
Ao longo das 13 reuniões oficiais, foram ouvidas dezenas de pessoas – de integrantes de entidades e associações que desenvolvem atividades no meio rural a membros das mais diversas pastas do Executivo federal, passando por especialistas na questão agrária.  Além das oitivas, o processo contou ainda com apurações paralelas (por meio de requisições de documentos e informação, por exemplo) que constam do plano de trabalho previamente aprovado pela comissão presidida pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE).
Cumprido o previsto, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) apresentou o relatório final em julho de 2010, no qual frisava a “inexistência de qualquer irregularidade no fato de as entidades [denunciadas pelos idealizadores da CPMI] manterem relações e atenderem público vinculado a movimentos sociais”.  Restava apenas a votação da peça conclusiva na própria comissão. Mas os propositores originais pressionaram com a ameaça de um voto em separado e conseguiram forçar a prorrogação da CPMI por mais seis meses.
Na ocasião, a secretaria nacional do MST divulgou nota em que repudiou a manobra e enquadrou a CPMI como uma tentativa ruralista “para barrar qualquer avanço da reforma agrária, fazer a criminalização dos movimentos sociais, ocupar espaços na mídia e montar um palanque para a campanha eleitoral”. Enquanto isso, o vice-presidente da comissão (Onyx) declarava que, se confirmada a prorrogação dos trabalhos até janeiro de 2011, haveria condições de provar que o governo utilizou dinheiro público para financiar ações do movimento. Um recurso contra o modo como a CPMI ganhou sobrevida foi apresentado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), mas a sua colega Kátia Abreu (DEM-TO) tratou de indeferir o pedido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), já em outubro de 2010.
O prazo da prorrogação chegou ao fim, no final de janeiro, sem que nada mais fosse votado ou discutido. Em tempo: a confirmação do encerramento formal da CPMI do MST surge no bojo do anúncio da decisão unânime da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que determinou o trancamento do processo instaurado contra integrantes do MST, acusados da prática de crimes durante a ocupação da Fazenda Santo Henrique/Sucocitrico Cutrale entre agosto e setembro de 2009, mesma época em que foi articulada a ofensiva contra os sem-terra que veio a dar origem à comissão.
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Mínimo e máximo

Pedro Pomar


A vitória do governo na votação do novo valor do salário-mínimo pelo Câmara dos Deputados (545 reais), com “enquadramento” dos deputados do PT e partidos aliados que defendiam valor mais alto (580 reais, ou 560), fez lembrar um momento desastroso da primeira gestão de Lula, aquele em que se realizou a reforma do sistema previdenciário do funcionalismo público. Uma reforma nos moldes neoliberais, que em tudo e por tudo agredia visceralmente os programas e a trajetória de lutas do PT e da CUT.

Também naquela ocasião muitos parlamentares petistas sentiram-se perturbados: obviamente apoiavam o governo, mas queriam votar contra aquela reforma que atacava o funcionalismo (e, por tabela, enfraquecia o setor público ao extinguir o direito à aposentadoria integral dos que viessem a ingressar nos quadros do funcionalismo). Porém, foram enquadrados pela disciplina partidária.

A reforma da previdência do funcionalismo, evidentemente, representou um erro muito grave do primeiro mandato de Lula, terminando por fazer sangrar a CUT e o próprio PT, que em razão do ocorrido perderam parcela expressiva de suas bases. Já a fixação do valor do salário-mínimo em patamar inferior (não muito) ao reivindicado pelas centrais pode ser algo pontual e passível de ser compensado mais tarde por Dilma, com relativa facilidade. Contudo, lá (2003) como cá (2011), deu-se a coincidência notável de serem as primeiras grandes batalhas políticas e parlamentares dos respectivos governos. E, em ambos os casos, o desfecho favoreceu o capital e não o trabalho.

Do ponto de vista do trabalhador individual, não fará grande diferença receber 545 reais ou 560 reais. Mas, do ponto de vista das classes trabalhadoras como um todo, um avanço maior no valor do mínimo teria sido proveitoso tanto no que diz respeito à repartição da riqueza (fazendo aumentar a massa salarial e os proventos de aposentados e pensionistas) quanto no tocante ao seu efeito simbólico. O governo, no afã de “sinalizar para o mercado” sua disposição de realizar o famigerado “ajuste fiscal” (eterno ponto programático da agenda das forças derrotadas na eleição presidencial), perdeu a oportunidade de dar um passo adiante no combate à miséria e à pobreza.

Neste sentido, como já observado por Rodrigo Vianna em artigo recente, começam a constituir-se tensões entre as aspirações da classe trabalhadora, de um lado, e de outro lado a rigidez do projeto governamental, determinado, ao que parece, a distribuir a renda aos assalariados, mas a conta-gotas, sendo todavia benevolente quando se trata de certos setores do capital. Pode ser uma impressão inicial, e tomara que seja. Mas a elevação dos juros pelo Banco Central e o contingenciamento do orçamento da União são outras medidas preocupantes, a convergir na mesma direção.

Resta a questão: um reajuste maior impactaria negativamente as contas públicas? O ministro Guido Mantega chegou a declarar que cada real a mais no valor do mínimo aumentaria em 300 milhões de reais as despesas do governo. Mas um experiente jornalista econômico, José Paulo Kupfer, que não pode ser acusado de radicalismo, equacionou muito bem a questão, a meu ver: “A insistência do governo no valor básico para reajuste do mínimo não tem muito a ver com os R$ 5 bilhões de gastos adicionais derivados de um mínimo de R$ 560, ou mesmo dos R$ 12 bilhões a mais nas despesas com um mínimo de R$ 600. Não são valores que mereçam levar o governo a uma zona de confronto. Tem a ver com o esforço de convencer a sociedade de que o governo Dilma não hesitará em ajustar as contas públicas, para manter a economia sob controle” (“A batalha (de Itararé?) do salário mínimo”, O Estado de S. Paulo, 12/2).

Uma contribuição interessante no debate sobre o governo Dilma é a entrevista concedida pelo professor André Singer, da FFLCH-USP, à Revista Adusp (edição 49, janeiro de 2011), intitulada “Governo Dilma tende à continuidade e ao equilíbrio, sem ruptura”. O arquivo em pdf com a íntegra da entrevista é encontrado em http://www.adusp.org.br/revista/49/r49a01.pdf

A grande incógnita, no próximo período, é o comportamento da CUT, a maior das centrais sindicais. Neste momento, Artur Henrique, seu presidente, prefere destacar o aspecto positivo da legislação aprovada em 16/2, que é a política de valorização do salário mínimo, com validade garantida até 2015: “Essa aprovação é uma inegável vitória da classe trabalhadora. Por todas as previsões, em 2012 o salário mínimo deve chegar a 620 reais e, nos anos seguintes, continuar crescendo com significativos aumentos acima da inflação. Apesar de não ter sido aprovado o valor de 580 reais para 2011, que a CUT defendeu até o final, a garantia da política de valorização permanente é um resultado importante que deve ser destacado”.

Ainda segundo Artur, em texto publicado na página eletrônica da CUT, a decisão da Câmara dos Deputados (que ainda precisa ser ratificada pelo Senado) vai beneficiar “47 milhões de pessoas que recebem o salário mínimo, entre trabalhadores formais e informais e beneficiários da Previdência”.

Tudo isso é verdade, por certo. Mas ele mesmo já avisou, em texto anterior, que espera mais do governo: “Algo que devemos ter sempre em mente é que Dilma não foi eleita para fazer o mesmo que Lula, e sim para fazer mais, para aprofundar as mudanças e as transformações iniciadas no governo anterior. Com esse horizonte nos comprometemos todos que fizemos campanha para sua eleição”. Desse modo, o principal dirigente da CUT aponta um cenário de maior protagonismo dessa central, em busca de conquistas mais efetivas.

A luta por um salário mínimo que não refletisse a crise econômica internacional de 2008/2009 – R$ 540 – mas sim que reconhecesse a capacidade dos trabalhadores brasileiros de terem vencido essa mesma crise, graças em grande parte ao próprio salário mínimo – R$ 580 – é simbólica do desafio das escolhas à frente”, prossegue. “Escolhas que devem passar por continuar praticando taxas básicas de juros estratosféricas, ou incrementar as políticas sociais e redistributivas. Mesmo sob o argumento da necessidade de cortar gastos para ampliar investimentos, ideal sempre embalado pela idéia de responsabilidade fiscal tão ao gosto do mercado, a taxa básica de juros parece um risco no disco” (“Risco no disco”, Teoria&Debate 90).

Desse modo, a disputa em torno do mínimo pode ser vista como o primeiro round de uma prolongada luta social. Mínimo salário, máximas expectativas. A conferir.

*Publicado originalmente no blog Escrevinhador, em 18/2, sob o título Mínimo salário, máximas expectativas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

História secreta da Globo será exibida pela 1ª vez na TV

 
Rede Record, que comprou o documentário inglês em 2009, mostrará parte da história da emissora e sua influência na política brasileira

Reprodução
Sucesso na internet, o documentário sobre a história e as manipulações da Rede Globo será exibido pela Record
Será exibido, pela primeira vez na tevê aberta brasileira, o controverso documentário 'Muito Além do Cidadão Kane', produzido pela TV inglesa Channel Four em 1993 e que já foi visto por milhares de internautas no Youtube.
A confirmação da exibição do filme, que mostrará parte da história da Rede Globo e sua influência na política brasileira, foi anunciada pela assessoria da Record.
Ainda de acordo com a assessoria, a emissora comprou o documentário em 2009 e não exibiu ainda por temer ser processada pelo uso de algumas imagens da programação da Globo.
'Muito Além do Cidadão Kane' mostra o envolvimento e o apoio da emissora à ditadura, a parceria com o grupo Time Warner (Time-Life) e algumas práticas consideradas manipuladoras feitas pela emissora carioca.
 
 
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Além do Cidadão Kane é um documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro. - Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989. - Apoio a ditadura militar e censura a artistas, como Chico Buarque que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora. - Criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana. - Depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira. "Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane"
 
 
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Documentário sobre as relações da TV Globo com a ditadura e golpes será exibido na Record
"Além do cidadão Kane"

Clássico das videotecas nas faculdades de jornalismo e hit no Youtube, o polêmico documentário "Além do cidadão Kane" (de 1993) será exibido pela primeira vez na TV aberta brasilera em 2011, pela Rede Record, 17 anos após sua estreia no exterior.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da emissora, que não quis precisar a data exata da veiculação. Comprado em 2009, o documentário ainda não foi exibido porque a Record temia ser processada pelo uso de imagens da
programação da Globo presentes no filme.

O documentário aborda o envolvimento da Globo:

- com a ditadura no Brasil, desde o início com o grupo Time-Life;
- no escândalo PROCONSULT (fraude na eleição de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro em 1982);
- a perseguição à políticos e artistas críticos à ditadura e à própria Globo;
- a tentativa de abafar os comícios das "Diretas jà";
- a edição manipulada do debate de Lula e Collor em 1989, favorecendo o Collor;
- várias outras manipulações para agradar os amigos que estavam no poder e
demonizar os adversários, tanto políticos como dos interesses empresariais;
- etc;

Tem depoimentos de Lula (antes de chegar a presidência), Leonel Brizola, Chico Buarque, etc.



 
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Onde assistir na internet:Google Vídeo (copia em parte única de 93 minutos):http://goo.gl/54jN

You tube (dividido em 4 partes):
Parte 1:
http://goo.gl/lZU0u
Parte 2: http://goo.gl/hmEkJ
Parte 3: http://goo.gl/2exwf
Parte 4: http://goo.gl/GxIsX
Leia mais:
Pouco após o cidadão Marinho: a Globo perde a supremacia eterna

“Rato” na mira de gatunos…


Há uma mídia bandida no Maranhão. Ela se alimenta da hipocrisia, das acusações difamatórias, da impunidade e de contra-cheques públicos obscuros.
Essa mídia bandida, ou melhor, esses mídias-bandidos escondem da sociedade que possuem múltiplos contra-cheques públicos que lhes servem de “jabá” oficial: aquele que se paga ao comunicador para fazer valer na esfera pública determinadas opiniões. Subvertem os princípios da Administração Pública, o da moralidade, sobretudo. Conseguem ter, ao mesmo tempo, múltiplas jornadas de trabalho em tribunais (de justiça, de contas), em comitês de imprensa de poderes legislativos (estadual e municipais), em assessorias parlamentares e de prefeituras municipais, além dos órgãos de comunicação nos quais trabalham. Estes sim, extensivamente divulgados a todos. Pois interessa ao (seu) “ofício”…
E o “ofício” é a difamação dos atores políticos distoantes da oligarquia dominante. Os difamados, ao não-processar, e mesmo quando processam-lhes, muitas das vezes não vêem os processos chegar ao fim. E da impunidade permanece a atuação dos mídias-bandidos que vendem, também, a não-publicação das difamações aos possíveis alvos. E estes, para pelo menos neutralizá-los, pagam pelo não-”ofício”. Tem mídia-bandido que vive (e morre) disso!
E dessa cultura geral da mídia bandida maranhense se constrói a hipocrisia. Escondem tudo isso, mas são os primeiros a apontar o dedo e alertar a opinião pública sobre os desvios dos seus opositores, mesmo quando não há desvios!
Nova vítima
Eis o caso do jornalista e dirigente do PCdoB, Marcio Jerry. O trocadilho com o Jerry do desenho animado nos títulos dos textos já são em si difamatórios, o rato (agora nomeado para gabinete). Aponta-se crime onde não há, cobra-se suposta incoerência e, como arautos da moral e dos bons costumes, destroi-se (ou se tenta destruir) uma reputação. Pura hipocrisia.
Isso porque ao se fazer a cobrança política, ao apontar incoerência e colocar em xeque ações praticadas com os recurso públicos, tudo isso faz parte da luta política. O que não condiz com uma prática democrática da luta política é deturpar valores e cobrar posições que sequer os acusadores de plantão se preocupam em seguir.
Eis o comportamento típico dos elementos que são fruto (as vezes são inocentes úteis) do sistema oligárquico cuja formação social é arcaíca, patrimonialista e mandonista.
Jerry é um dirigente político que se dedica à mudança social e política no Maranhão. De esquerda desde a adolescência, tem toda a legitimidade em asessorar um parlamentar de seu partido; dedicado exclusivamente a essa causa, é perfeitamente legal sua nomeação na Assembleia Legislativa; sem acumular outros contra-cheques obscuros, está moralmente resguardado para a assessoria política que prestará. E nessa atividade parlamentar, não se bate ponto: ao contrário do Executivo Estadual – donde não se cobra dos sarnopetistas o ponto batido, as bolsas indevidamente recebidas…
Como se vê: pura luta política, e com armas sem pudor (e com muita hipocrisia). Márcio Jerry está sob a mira de gatunos. Nem o Tom do desenho animado é tão cruel ao caçar seu Jerry.

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/blog/johncutrim/?p=14147

Aniversário de Maria Aragão é celebrado pelo IMA


No último 10 de fevereiro, a médica e militante comunista Maria Aragão teria completado 101 anos. Para celebrar a data, o Instituto Maria Aragão (IMA) realizará sua 3ª. Semana Político-Cultural, com a presença do cineasta Silvio Tendler, que exibirá alguns filmes seus e participará de debates, mediados por professores da UFMA. A programação, gratuita, acontece no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, na Praia Grande:


Clique para ampliar e ler a programação completa


Fonte: http://zemaribeiro.blogspot.com/

CONFRA LISTA DE PROCESSOS CONTRA PREFEITA SOCORRO WAQUIM


Processos 1º Grau Disponíveis
Comarca de TIMON
1.       1242011 18/01/2011 Ação Civil de Improbidade Administrativa QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
2.       41692010 20/12/2010 Carta de Ordem SEXTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA SEXTA VARA
3.       41702010 10/12/2010 Procedimento Ordinário QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
4.       41682010 10/12/2010 Carta de ordem QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
5.       36522010 03/11/2010 Reintegração / Manutenção de Posse PRIMEIRA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA PRIMEIRA VARA
6.       26972010 12/08/2010 Ação Penal - Procedimento Ordinário SEXTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA SEXTA VARA
7.       21912010 01/07/2010 Ação Civil Pública QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
8.       21902010 01/07/2010 Ação Civil Pública QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
9.       932010 15/01/2010 Mandado de Segurança QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
10.   30352009 24/09/2009 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
11.   28812009 14/09/2009 Ação Civil Pública QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
12.   28332009 09/09/2009 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
13.   16452009 05/06/2009 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
14.   13082009 08/05/2009 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
15.   5032009 26/02/2009 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
16.   35952008 17/12/2008 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
17.   32052008 17/11/2008 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
18.   14942008 10/06/2008 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
19.   14932008 10/06/2008 ACAO CIVIL PUBLICA QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
20.   6002005 12/04/2005 ACAO POPULAR QUARTA VARA SECRETARIA JUDICIAL DA QUARTA VARA
Processos 2º Grau
Consulta por Partes

1.       103350 MARIA DO SOCORRO ALMEIDA WAQUIM