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terça-feira, 29 de março de 2011

Morre o ex-vice-presidente José Alencar



Foto: Futura Press
José Alencar


O ex-vice-presidente da República José Alencar morreu nesta terça (29), às 14h45, por falência múltipla de órgãos, aos 79 anos, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O político mineiro lutava contra um câncer na região do abdômen.
Na última das várias internações, Alencar estava desde segunda (28) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com quadro de suboclusão intestinal.
O ex-vice-presidente lutava contra o câncer havia 13 anos, mas nos últimos meses, a situação se complicou.
Após passar 33 dias internado – inclusive no Natal e no Ano Novo –, o ex-vice-presidente havia deixado o hospital no último dia 25 de janeiro para ser um dos homenageados no aniversário de São Paulo.
A internação tinha sido motivada pelas sucessivas hemorragias e pela necessidade de tratamento do câncer no abdômen. No dia 26 de janeiro, recebeu autorização da equipe médica do hospital para permanecer em casa. No entanto, acabou voltando ao hospital dias depois.
Durante o período de internação, Alencar manifestou desejo de ir a Brasília para a posse da presidente Dilma Rousseff. Momentos antes da cerimônia, cogitou deixar o hospital para ir até a capital federal a fim de descer a rampa do Palácio do Planalto com Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele desistiu após insistência da mulher, Mariza. Decidiu ficar, vestiu um terno e chamou os jornalistas para uma entrevista coletiva, na qual explicou por que não iria à posse e disse que sua missão estava “cumprida”. Na conversa com os jornalistas, voltou a dizer que não tinha medo da morte. “Se Deus quiser que eu morra, ele não precisa de câncer para isso. Se ele não quiser que eu vá agora, não há câncer que me leve”, disse.
No mesmo dia, ele recebeu a vista de Lula, que deixou Brasília logo após a posse de Dilma.
Internações
Os últimos meses de Alencar foram de internações sucessivas. Em 9 de fevereiro, ele foi hospitalizado devido a uma perfuração no intestino. O ex-vice-presidente já havia permanecido internado de 23 de novembro a 17 de dezembro para tratar uma obstrução intestinal decorrente dos tumores no abdômen. No dia 27 de novembro, foi submetido a uma cirurgia para retirada de parte do tumor e de parte do intestino delgado.
Alencar passou alguns dias na UTI Cardiológica e começou a fazer sessões de hemodiálise depois que os médicos detectaram piora da função renal. Em setembro de 2010, foi internado em razão de um edema agudo de pulmão. No dia 25 de outubro, voltou ao Sírio-Libanês ao apresentar um quadro de suboclusão intestinal. Dias após a internação, ainda no hospital, sofreu um infarto no fim da tarde do dia 11 de novembro. Foi submetido a cateterismo, “que não mostrou obstruções arteriais importantes”.
Batalha contra o câncer
O ex-vice-presidente travou uma longa batalha contra a doença. Nos últimos 13 anos, enfrentou uma série de operações e tratamentos médicos. Foram mais de 15 cirurgias. Em abril de 2010, desistiu da candidatura ao Senado para se dedicar ao tratamento do câncer.
Desde 1997, foram mais de dez cirurgias para retirada de tumores no rim, estômago e região do abdômen, próstata, além de uma cirurgia no coração, em 2005.
A maior delas, realizada em janeiro de 2009, durou quase 18 horas. Nove tumores foram retirados. Exames realizados alguns meses depois, no entanto, mostraram a recorrência da doença.
Também em 2009, iniciou em Houston, nos Estados Unidos, um tratamento experimental contra o câncer. Alencar obteve autorização para participar, como voluntário, dos testes com um novo medicamento no hospital MD Anderson, referência no tratamento contra a doença. O tratamento não surtiu o efeito esperado e o então vice-presidente voltou a fazer quimioterapia em São Paulo.
José Alencar era casado com Mariza Campos Gomes da Silva e deixa três filhos: Josué Christiano, Maria da Graça e Patrícia.
Tratamento no exterior
O tratamento experimental nos EUA em 2009 não foi a primeira tentativa de Alencar de obter a cura fora do país. Ele já havia viajado para os Estados Unidos em 2006 para se tratar com especialistas. No ano seguinte, no entanto, os exames mostraram que o câncer havia se espalhado para o peritônio, uma membrana que reveste as paredes do abdômen.
Iniciava-se, então, a série de cirurgias na região. Em 2008, foram três internações. Em janeiro e em julho, exames mostraram uma reincidência de tumores abdominais. Em agosto, Alencar começou tratamento com um novo medicamento, a Trabectedina.
Com a saúde fragilizada, o ex-vice-presidente também foi internado por outros problemas. Em novembro de 2008, durante uma visita a Resende (RJ), teve fortes dores abdominais. O diagnóstico foi enterite (inflamação intestinal). Segundo os médicos, não havia relação com o câncer. Vinte dias depois, ele foi internado novamente, com quadro de insuficiência renal. Recebeu alta dois dias depois.
Sempre bem-humorado nas sucessivas vezes em que deixou o hospital Sírio-Libanês, chegava a brincar com seu próprio quadro clínico. "Estou melhor do que das outras vezes", repetia.
Após a maior das cirurgias, em 2009, Alencar saiu do hospital dizendo que não temia a morte. “Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho", afirmou. “Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele.”
Problemas de saúde ‘paralelos’
O ano de 2010 começaria com uma boa notícia para o então vice-presidente. O tumor que tratava vinha apresentando redução, segundo o hospital.
Alguns meses mais tarde, no entanto, ele começou a ter problemas de saúde “paralelos” ao câncer.
No início de maio, numa das idas ao hospital para a quimioterapia, apresentou pressão alta. Exames apontaram isquemia cardíaca e uma “obstrução grave” numa das artérias. Alencar então passou por um cateterismo e uma angioplastia e recebeu um “stent”, um mecanismo que “alarga” a artéria. No total, ficou nove dias internado.
No final do mesmo mês, queixando-se de fadiga, foi internado novamente. Após exames, o hospital constatou que ele estava anêmico e tinha um “quadro congestivo pulmonar”, consequência da quimioterapia. O tratamento, no entanto, continuava a dar resultados positivos, com a redução dos tumores.
No final de agosto, contraiu uma infecção, que foi tratada com antibióticos. Ele seria internado novamente poucos dias depois, no início de setembro, com o diagnóstico de edema agudo de pulmão. Foram mais seis dias no hospital.
(Globo.com)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Professores em greve fazem passeata nesta terça-feira em São Luís

Do blogue do Frederico Luiz

Há mais de dez dias em greve, os trabalhadores da educação estadual ainda não receberam do governo do estado nenhuma posição favorável às reivindicações da categoria não atendidas, que motivaram a paralisação. Os educadores exigem a imediata implantação do Estatuto do Educador e do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, que vêm sendo pleiteados há cerca de dois anos pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma).
Segundo o diretor de Comunicação do Sinproesemma, Júlio Guterres, o governo não sinalizou para retomada de negociações, mas o sindicato continua aberto às negociações e, até que haja uma iniciativa positiva por parte do governo, a categoria permanecerá parada, mesmo com a forte campanha negativa que vem sendo veiculada pelo Estado contra a classe trabalhadora, que “tenta confundir a opinião pública, caracterizando a greve como um movimento meramente economicista”.
Para contrapor a campanha de manchar a imagem da greve, o Sinproesemma divulgou nota de esclarecimento à sociedade explicando como vem acontecendo a relação entre a categoria e o Estado, desde a apresentação da primeira pauta de reivindicações dos educadores.
Adesão de servidores em estágio
A direção do sindicato esclarece que os servidores aprovados no concurso público de 2009 e os excedentes convocados recentemente e que ainda estão em estágio probatório não podem ser punidos por adesão ao movimento grevista. “O servidor não pode ser punido pela simples participação na greve até porque o próprio Supremo Tribunal Federal considera que a simples adesão à greve não constitui falta grave (Súmula 316 do STF)”.
Repercussão
A paralisação dos educadores do Maranhão teve repercussão em nível nacional. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) publicou matéria relatando o movimento no site da entidade (www.ctb.org.br), com informações completas sobre a greve e as manifestações realizadas pela categoria para mostrar à sociedade os motivos que provocaram a paralisação por tempo indeterminado.
Grande passeata
O Sinproesemma lembra que é importante a participação de todos os trabalhadores nas atividades da agenda de greve que foi organizada pela diretoria do sindicato. Com destaque para a grande passeata que será realizada nesta terça-feira (15), saindo da Praça Deodoro (Biblioteca Pública) até a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), no bairro Monte Castelo. A concentração ocorrerá a partir das 15h.
Agenda da Greve
15 de Março – Terça-feira
Tarde – Às 15h: Passeata, da Praça Deodoro até a Seduc, no Monte Castelo.
Concentração na Praça Deodoro.
16 de Março – Quarta-feira
Manhã – De 8h ao meio dia: Blitz nas escolas.

Indicações para o 2º escalão esbarram em vetos de aliados



Principais nomes sugeridos pelo PMDB, Geddel, Maranhão e Pessutti enfrentam resistência dentro da base governista

Com fim do prazo dado por Dilma para definir nomeações, partidos devem intensificar cobrança sobre cargos 
DE SÃO PAULO 

O prazo dado por Dilma Rousseff -depois do Carnaval- acabou, e os partidos aliados voltam nesta semana a Brasília dispostos a cobrar uma definição sobre os postos-chaves no segundo escalão da máquina federal.
PMDB e PSB lideram a lista de indicações represadas na Casa Civil de Antonio Palocci. Além das restrições da presidente a indicações políticas para cargos de perfil técnico, uma rede de vetos dentro da própria base ajuda a atrasar as nomeações.
Os três nomes mais estrelados da lista de desejos do PMDB enfrentam restrições de ambas as naturezas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, derrotado para o governo da Bahia e indicado para a vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, sofre veto do governador Jaques Wagner.
O vice-presidente Michel Temer reiterou a Palocci o aval a Geddel. A cúpula do PMDB lembra que Dilma teria prometido ao peemedebista que um eventual convite não passaria por Wagner.
Contra José Maranhão pesa a campanha feita pelo seu sucessor no governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que fez um relato sobre a situação financeira encontrada no Estado a Dilma.
Para o ex-governador, o PMDB pediu a sensível vice-presidência de fundos e loterias da Caixa, foco de escândalos recentes, como o caso Waldomiro Diniz, em 2004.
O terceiro nomeado pelo PMDB para um banco federal -o ex-vice-governador do Paraná Orlando Pessutti, indicado para a diretoria de agronegócio do Banco do Brasil - sofre veto do ex-aliado Roberto Requião.
Mas a situação é mais fácil de contornar, já que Requião virou aliado "non grato" depois que votou contra o governo no salário mínimo.

POLÍTICOS
Além dos vetos, Dilma tem repetido a interlocutores que não gostaria de ver políticos nos bancos federais. "Ela vai levar a sério esse critério", aposta um ministro.
A lista que o PMDB entregou a Palocci tem 19 nomes. Além dos três políticos derrotados, há indicados de caciques do partido, como Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ).
O partido está incomodado com a campanha contra seus escolhidos, que atribui ao PT. "Falar em derrotados do PMDB é piada. Só o PT tem três derrotados que viraram ministros", reclama um dirigente peemedebista.
Mas o PMDB também tem seu index. O presidente do Senado, José Sarney (AP), e sua filha, a governadora Roseana (MA), impediram que o ex-deputado Flávio Dino (PC do B) assumisse a Secretaria Nacional de Justiça.
A despeito da restrição, o PC do B manteve o nome, que tem a simpatia do ministro José Eduardo Cardozo.
A lista de notáveis do PSB tem a ex-governadora do Rio Grande do Norte Wilma Farias, para o comando da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), e o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa, cotado para uma diretoria do Basa (Banco da Amazônia S/A).
Wilma enfrentou concorrência no próprio partido, pois seu ex-vice, Iberê Ferreira, se candidatou ao mesmo posto. Dilma, entretanto, indicou que vai nomear a ex-governadora.
 (VERA MAGALHÃES)