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sábado, 8 de janeiro de 2011

Relação dos flihos do Lula com o poder


O texto abaixo, de Ricardo Mandonça mostra a relação dos filhos de Lula com o poder durante seu mandato de Presidente. Foi o Prsidente que menos empregou parente usando o mandato. Mesmo não sendo essa a visão de Ricardo Mendonça. Vejam texto abaixo.

Os parentes de Lula ficaram seis anos longe de cargos públicos. Mas agora dois filhos do presidente arrumaram cargo em prefeituras

Ricardo Mendonça




PERTO DO PODER
Lurian toma posse como secretária municipal de São José, em Santa Catarina. As portas vão se abrir mais facilmente?
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Lurian Cordeiro - 34 anos

FORMAÇÃO: Graduada em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo

VELHO EMPREGO: Atuava como jornalista numa entidade que congrega 21 jornais de Santa Catarina

NOVO EMPREGO: Foi nomeada pelo prefeito Djalma Berger (foto) secretária de Ação Social de São José (SC)
A família Lula está se “municipalizando”. Com a posse dos novos prefeitos, dois filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganharam cargos públicos em prefeituras conquistadas por partidos da base de apoio do governo federal. A jornalista Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente com a enfermeira Miriam Cordeiro, virou secretária de Ação Social da Prefeitura de São José, município de 200 mil habitantes ao lado de Florianópolis, Santa Catarina. A cidade é administrada por Djalma Berger (PSB). Para não causar constrangimentos ao PT local, que faz oposição ao prefeito, Lurian se licenciou do partido de seu pai. Ela diz que seu principal objetivo na administração será implantar o cartão-cidadão, projeto inspirado no Bolsa Família que substituiria a “arcaica” distribuição de cestas básicas aos pobres.
O outro filho de Lula que arrumou emprego público é o psicólogo Marcos Cláudio Lula da Silva, de 37 anos. Marcos foi nomeado diretor do Departamento de Turismo e Eventos da Prefeitura de São Bernardo do Campo, em São Paulo, comandada por Luiz Marinho (PT), sindicalista que ocupou os ministérios do Trabalho e da Previdência e recebeu forte apoio de Lula durante a campanha eleitoral. Até ser nomeado, Marcos não tinha experiência anterior na área de turismo. Ganhava a vida como dono de uma pequena empresa de eventos, a FlexBr. No cargo, anunciou planos para aumentar a exploração do potencial turístico de São Bernardo. “Temos um projeto para a cidade toda e outro específico para o (bairro) Riacho Grande, onde a Represa Billings pode ser mais bem aproveitada”, disse Marcos a ÉPOCA. Os salários de Lurian e Marcos são parecidos. Ambos ganharão pouco mais de R$ 5 mil. 

Marcos Cláudio - 37 anos

FORMAÇÃO:
É psicólogo, formado na Uniban Brasil

VELHO EMPREGO:
Sócio de uma pequena empresa de eventos chamada FlexBr

NOVO EMPREGO:
Diretor de Turismo e Eventos da Prefeitura de São Bernardo do Campo, em São Paulo
Nomeações desse tipo suscitam questionamentos sobre favorecimento e compadrio, ética e conveniência política. Ainda que não condenem diretamente a nomeação de Marcos, vereadores de oposição em São Bernardo já começaram a espezinhar: “Parente de autoridade também tem direito a trabalho, mas acho que o filho do Lula seria muito mais bem aproveitado em sua área de formação. Como psicólogo, poderia atuar na Saúde, por exemplo. Turismo ficaria melhor com alguém que conhecesse o turismo”, diz Ary de Oliveira, do PSB.
Outro que vê problema na falta de experiência de Marcos na área de turismo é o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo. “Não é razoável lotar a administração de parentes, como fazem muitos prefeitos e alguns governadores. O problema em São Bernardo é o fato de o filho do Lula não entender nada do assunto que vai comandar”, diz. “Isso só ocorre porque qualquer prefeito, ao assumir, tem o direito de trocar um batalhão de gente. Esse é o problema essencial.”
No caso de Lurian e de Marcos, os cargos que eles passaram a ocupar não têm relação direta com o poder federal. Não há, portanto, a configuração clássica de nepotismo. Os dois não caíram de pára-quedas na política. Lurian já disputou uma eleição como candidata a vereadora, trabalhou em campanhas para candidatos do PT e diz que até pouco tempo atrás atuava como voluntária do Programa Fome Zero em Santa Catarina. Marcos, filiado ao PT desde 1989, tentou virar vereador na eleição passada, mas sua candidatura acabou embargada. Uma juíza entendeu que seu registro estava em conflito com a Constituição, que veta a candidatura de parentes consangüíneos do presidente (a regra, na interpretação da juíza, também deve valer para enteados). Se seus 2.975 votos não tivessem sido anulados, Marcos seria hoje o segundo suplente do PT na Câmara de São Bernardo.
O prefeito Luiz Marinho é um dos políticos mais próximos de Lula. Ninguém acredita que ele tenha nomeado o filho do presidente com o objetivo de obter acesso privilegiado ao Planalto. Em Santa Catarina, porém, alguns críticos vêemFilhos de Lula arranjam emprego em prefeituras na nomeação de Lurian uma jogada oportunista do prefeito Djalma Berger, ex-deputado federal, para obter facilidades em Brasília. A presença da filha do presidente na Prefeitura, de acordo com essa tese, serviria para abrir portas, conseguir audiências e eventualmente obter recursos com mais celeridade. Além disso, seria útil ainda como peça de marketing político.
Apesar de reconhecer o aumento de visibilidade proporcionada pela nomeação de Lurian, Berger repudia essas teses. “Sou amigo de Lurian há seis anos e tenho certeza de sua competência. Claro que as ações da Prefeitura chamarão mais a atenção, mas, por outro lado, o patrulhamento também aumentará. Lurian sabe que, por ser filha do presidente, não terá direito de errar. Qualquer coisinha pode virar uma grande crise.”
VIROU CRISE
Fábio Luís, o Lulinha, montou a Gamecorp com dinheiro da Telemar e levantou suspeitas de favorecimento
Não é a primeira vez que um filho de Lula enfrenta questionamentos sobre supostos favorecimentos indevidos. Em 2004, a Telemar (atual Oi) pagou R$ 5 milhões para virar sócia da Gamecorp, empresa especializada em produzir programas de TV sobre jogos eletrônicos, fundada pelo biológo Fábio Luís da Silva, o Lulinha. Depois, a Telemar investiu outros R$ 5 milhões na sociedade com Lulinha. A Gamecorp era reconhecida como uma empresa promissora, mas o negócio levantou a suspeita de que a intenção da Telemar era se aproximar de Lula, já que muitas decisões importantes do setor de telefonia passam por suas mãos. Além disso, parte do capital da Telemar era do BNDES, uma instituição pública. Por esse motivo, dizem os críticos, o investimento na empresa de Lulinha seria imoral.
A nomeação de parentes de presidentes para cargos públicos, durante suas passagens pelo poder, é quase uma tradição da política brasileira. José Sarney empregou a filha Roseana como sua assessora. Fernando Collor colocou a mulher, Roseane, na presidência da extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA) e nomeou o cunhado Marcos Coimbra secretário-geral da Presidência. Itamar Franco colocou o sobrinho Ariosto como seu secretário particular. Fernando Henrique Cardoso também nomeou a filha Luciana como secretária particular e indicou um genro, David Zylbersztajn, para a presidência da Agência Nacional do Petróleo. Um filho de FHC também enfrentou acusação de favorecimento. Em 2000, Paulo Henrique Cardoso recebeu R$ 14 milhões do governo para montar o pavilhão brasileiro numa feira na Alemanha.
Os parentes de Lula conseguiram ficar seis anos de seu mandato longe de cargos públicos. Por dois anos, perderam a oportunidade de dizer que, no governo do PT, nunca antes na história deste país algo semelhante ocorrera.

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