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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SOBRE MONTEIRO


É fato que o nosso Partido está sofrendo recorrentes abalos com a divulgação de fortes indícios de ilegalidades praticadas por membros de sua direção.

É fato que guardamos profundas divergências sobre os caminhos táticos e estratégicos trilhados por petistas que hoje estão no governo Roseana.

Mas é fato também que pertencemos a uma organização política que tem nosso suor e nosso sangue e os melhores anos de nossa juventude. Uma organização que com erros e acertos, deu ao país, no começo do século XXI, um novo rumo, que podemos resumir em duas grandes direções: a inclusão social a nível interno e a independência ante as tradicionais potências estrangeiras.

Digo isso pra reforçar que os naturais e corretos pedidos de apuração não se confundam com uma luta insana de destruição mútua, pois isso fará ruir por completo o pouco que resta de nossa estrutura enquanto organização política de massas. Apesar de todas as decepções; de todas as injustiças e de tantas traições, ainda não perdi a esperança no PT!
Com relação à operação Donatários, sem entrar no mérito de uma investigação que não conheço, mas também sem desconhecer a gravidade das denúncias que levaram nosso Governo Federal a exonerar toda a atual direção do INCRA, sei que Monteiro é um homem simples e honrado e que não enriqueceu com dinheiro público e nem com dinheiro algum. Como gestor que foi, vai ter que responder por seus atos administrativos, como cabe a qualquer pessoa pública nos limites do que estabelece a lei, mas de nossa parte não temos sequer suspeição sobre a conduta pessoal de Monteiro. Deixamos claro, entretanto, que não podemos estender tal nível de confiança às operações ocorridas no órgão sobre as quais as investigações competentes vão fazer a devida apuração.

Confesso que fiquei particularmente triste quando o Monteiro não rompeu com seu grupo e foi apoiar a eleição da oligarquia, mas essa profunda divergência política não me faz esquecer a figura humana que é o Monteiro. Lembro-me de sua luta no Sindicato dos Motoristas e depois no sindicato dos Servidores Estaduais, mas lembro-me muito mais da sua humildade. Aproveito esta oportunidade para, neste momento difícil, manifestar minha solidariedade à família do Monteiro.

Quanto aos pedidos de afastamento de Monteiro da presidência, eles são naturais num momento de crise com este. Se o presidente fosse o Dutra ou eu ou qualquer outro, haveria dezenas de companheiros pedindo nosso afastamento. Minha opinião é que devemos recorrer à instância nacional. Neste momento, o Diretório Nacional deve estudar uma ação emergencial, que será uma ação de instância e não de grupos internos. Não acredito que quem propôs afastamento enquanto durarem as investigações, esteja querendo “golpe”. A situação é grave e os nomes do partido e do companheiro estão na berlinda, por isso advogo uma saída discutida e mediada pela Direção Nacional, imediatamente.

Declaro, por fim, que não estou assinando Manifesto pró-Monteiro que corre nesta lista, por ser ele impregnado pelos ditames da luta interna. Minha manifestação é estritamento pessoal e direcionada ao próprio Monteiro, companheiro cuja única decepção que me causou foi seuu apoio ao triste episódio da aliança local com nossos adversários históricos, que agora estão mostrando (aos que se "iludiram" coim eles) do que são capazes. Quem tiver ouvidos, ouça.


Jomar Fernandes
Por um Maranhão Livre e Justo!

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