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domingo, 5 de junho de 2011

Liberdade sexual para os homens


Márcio de Morais, especial para o Congresso em Foco
Fazer sexo fora do casamento e ter quantas parceiras quiser é um comportamento com o qual 18,7% dos caminhoneiros ouvidos pela Foco – apenas homens – concordam. O índice revela uma grande complacência com a livre prática sexual masculina, inclusive fora do casamento, resultado obtido pela pesquisa para a pergunta: "Homens podem fazer sexo com outras pessoas, fora do casamento e terem quantas parceiras quiserem?"
Quando a mesma pergunta refere-se à mulher, no entanto, apenas uma fatia (9,04%) correspondente à metade daquele grupo de entrevistados aceita a idéia de mulheres liberais, com multiparceiros sexuais. A complacência com a livre prática masculina é particularmente elevada nos estados do Norte e Nordeste (26%) e cai para níveis de 12% a 15% nas regiões de baixo no mapa (Centro-oeste, Sudeste e Sul).
Os elementos para esse tipo de análise foram obtidos pelo formato do questionário aplicado. Além de perguntados sobre suas opiniões relativas ao comportamento sexual, foi solicitado aos motoristas emitir uma graduação de valor sobre os diversos temas pesquisados: "Concorda totalmente? Concorda pouco? Discorda pouco? Discorda totalmente?". Essa graduação foi obtida também pela solicitação da freqüência com que cada fato ocorre na vida do caminhoneiro: "Sempre? Muito? Às vezes? Pouco? Nunca?".
Não pode
A pesquisa comprovou que há um amplo convencimento dos caminhoneiros (99,6%) de que meninos e meninas não podem praticar sexo, mesmo se por desejo próprio. Essa discordância da livre prática sexual na infância é, conforme o relatório, “um ponto favorável no enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes”. Mas há uma ressalva, porém: a idade limite que esses homens consideram como sendo de "criança" é o ponto que os coloca em conflito direto com o Estatuto da Criança. Nas respostas dos pesquisados está implícito que essa idade limite seria inferior à legal.
“Quando se referem a crianças, (os caminhoneiros) falam de idade inferior a 10 anos. Já os adolescentes, na percepção de 13,4% dos caminhoneiros, podem praticar sexo com quem desejarem, da mesma forma que os meninos (13%) e as meninas (11,1%) menores de 18 anos”, informa o relatório. Para o ECA, a infância termina no dia anterior aos 14 anos; daí até completar 18 anos e obter a maioridade é a adolescência.
A grande maioria dos caminhoneiros (70%) acha que as adolescentes entram para a prostituição sem ser obrigadas. Essa avaliação é mais rigorosa com o sexo masculino: 97% consideram que os garotos não são obrigados a se prostituir. Essa visão do problema aumenta a dificuldade do enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, observam os analistas, pois isenta caminhoneiros da responsabilidade ao transferir a culpabilidade para os menores: “fazem porque querem”.

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